JUSTIFICATIVA
Vivemos um momento de verdadeira defesa de hábitos de vida saudáveis, destacando-se a importância da alimentação como um fator de qualidade de vida e melhoria da saúde.
No entanto, com o excesso de informações no dia-a-dia e o grande número de novos produtos que aparecem no mercado e que oferecem praticidade às pessoas, às vezes fica difícil entender em que de fato consiste uma alimentação saudável.
Evidências científicas apontam de forma inequívoca o impacto da alimentação saudável na prevenção de mortes prematuras causadas por doenças cardíacas e câncer além de sua importante participação no processo ensino e aprendizagem.
A preocupação com a saúde preventiva, focalizada na alimentação, não é um caso isolado, presenciamos recentemente pelos meios de comunicação de massa, a aprovação por unanimidade pela Assembléia Legislativa de São Paulo, do projeto de lei 1356/07 proposto pela deputada Patrícia Lima (PR) que proíbe “a comercialização de lanches e bebidas de alto teor calórico que contenham gordura trans” nas merendas escolares do estado sejam servidas em instituições públicas ou privadas. De acordo com o projeto, será terminantemente proibida a venda nas escolas de lanches que contenham: salgados de massas ou massas folhadas; frituras em geral; biscoitos recheados; salgadinhos e pipocas industrializados; refrigerantes e sucos artificiais; balas, pirulitos e gomas de mascar; e qualquer produto de alto teor calórico e que contenha gordura “trans” ou de poucos nutrientes. Além da proibição de alimentos considerados de baixo valor nutricional, os bares e cantinas de escolas terão que vender pelo menos dois tipos de frutas. A escola também deverá colocar na área da cantina, em lugar visível, cartaz de no mínimo um metro de altura por um metro de largura com informações claras sobre os benefícios de uma alimentação saudável. Segundo a Deputada Patrícia Lima (PR), “a limitação de certos produtos comprovadamente nocivos à saúde é uma forma de auxiliar as famílias na educação alimentar de seus filhos e de zelar pela sua integridade ao longo da vida inteira, pois é na infância e na adolescência que se forma o hábito alimentar, e é na escola que elas dispõem de maior liberdade na escolha de seus alimentos”.
Vivemos em meio à maior biodiversidade do Planeta, a FLORESTA AMAZONICA, o que nos favorece em diversos setores, inclusive na gastronomia. O que mais encanta na cozinha paraense são as cores e sabores de frutos como o açaí - marca registrada do Pará - cupuaçu, bacuri, taperebá, manga, castanha-do-pará e tantos outros. O açaí é uma das frutas com maior concentração de antioxidantes. É rica em gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, que são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim e na prevenção de doenças cardíacas.
A castanha-do-pará fornece magnésio, que intervém na atividade cardíaca e muscular e no funcionamento das células nervosas, bem como na formação dos ossos. Também contém ômega 3, que melhora a concentração, a memória, habilidades motoras, velocidade de reação, neutraliza o stress e previne doenças degenerativas cerebrais. Além disso, o ômega 3 reduz os riscos de doenças do coração, apresenta também o selênio, cujas propriedades nutritivas são associadas, com a redução do risco de câncer de próstata e ao retardamento do envelhecimento da pele.
Por se tratarem de alimentos com alto valor nutritivo, e se consideramos os altos índices de obesidade mórbida e desnutrição em nossos alunos que preferem alimentos industrializados repletos de conservantes, corantes, sódio, açucares, gorduras trans que a médio e longo prazo serão fatores decisivos para provocar câncer e problemas cardíacos em nossas crianças e adolescentes faz-se necessário a implementação de políticas públicas que vise sensibilizar a população quanto aos problemas de saúde causados pelo consumo excessivo desses alimentos, fornecendo-lhes subsídios que venha amenizar e/ou erradicar os maus hábitos alimentares a que estão submetidos.
É com base nesses pressupostos, que a comunidade escolar Cecília Meireles, envolvida no projeto Educanvisa, propõe a análise desse livro, como fonte de implementação da merenda escolar de nossos alunos, haja vista a riqueza nutricional que a gastronomia paraense nos proporciona e que certamente beneficiará o processo ensino e aprendizagem de nossas crianças e adolescentes.
Pará: Localização Geográfica
O estado do Pará está localizado no centro-leste da região Norte. É cortado pela linha do Equador em seu extremo oeste. O tamanho do Pará é maior do que o de muitos países do mundo. Possui mais de 1 milhão de quilômetros quadrados de extensão. No total, são 1.248.042 km2.
O Pará ocupa 16,66% do território brasileiro e 26% da Amazônia. Além de produzir carne e laticínios, o Pará se destaca no setor agrícola, principalmente na fruticultura (com destaque para o abacaxi, banana e coco, e as frutas regionais como o açaí e o cupuaçu), e na produção de grãos (soja, arroz, milho e feijão). O estado abastece, também, com pescado, outras regiões do país.
O maior volume de produção é oriundo da atividade extrativa. O Pará exporta ferro, níquel, cobre, caulim, ouro e pedras preciosas, no setor mineral, além de madeira e castanha-do-pará. Apresenta também regiões serranas, entre as quais se destacam: a cordilheira do Tumucumaque, no extremo Norte do Estado; a serra do Cachimbo, a sudoeste; e a serra dos Carajás, onde se localizam as maiores reservas de ferro do mundo, além de outros minérios, como ouro, cobre e níquel.
Na capital, Belém, há espaços culturais e de entretenimento, com ênfase no patrimônio histórico. Belém é também porta para o turismo de negócios. E no mês de outubro, se transforma na capital do turismo religioso. É o “Natal” dos paraenses: o Círio de Nossa Senhora de Nazaré.
Capital do Pará - Belém
Gastronomia
A grandeza do Estado está presente, também, na culinária, que é considerada a mais típica e exótica do Brasil. Isso porque há forte influência indígena, com o uso de ervas que só são encontradas no Pará. Como exemplos, estão o tucupi - líquido extraído da raiz da mandioca - a chicória, a pimenta e o famoso jambu.
Pratos típicos como a caldeirada, o caruru , a maniçoba, o tacacá e o pato no tucupi refletem características históricas e culturais e utilizam produtos naturais da flora e fauna amazônicas, sem similar em outro lugar do mundo.
O preparo desses pratos requer temperos, recipientes, técnicas e segredos indígenas, que traduzem a importância e a relação da gastronomia para a preservação cultural de um povo.
Comidas típicas do Pará Da floresta amazônica, rica em ervas, frutos, sabores e cheiros, nasceu a gastronomia paraense.
Além dos pratos típicos, como o pato no tucupi e a exótica maniçoba, as frutas regionais complementam o cardápio o cupuaçu, o bacuri, o taperebá, manga e o açaí.
O tacacá é uma iguaria de origem indígena da região amazônica brasileira, em particular do Acre, Pará, Amazonas, Rondônia e Amapá. É preparado com um caldo fino de cor amarelada chamado tucupi, sobre o qual se coloca goma, camarão e jambu. Serve-se muito quente, temperado com sal e pimenta, em cuias.
Açaí: Importância Econômica e Nutricional.
O açaí é de grande importância para a sua região de cultivo em virtude de sua utilização constante por grande parte da população, principalmente os ribeirinhos. No Pará, principal produtor, o consumo de açaí, em litros, chega a ser o dobro do consumo de leite.
Valor nutricional
Por 100g (cem gramas) de polpa:
Calorias: 247 kcal
Proteínas: 3,8g
Lipídios: 12,2g
Fibra: 16,90g
Cálcio: 118 mg
Ferro: 11 mg
Fósforo: 0,5 mg
Vitamina: B1: 11,80
Vitamina: B2: 0,36
Vitamina: C: 0,01
O açaí é uma das frutas com maior concentração de antioxidantes. “Também é rica em gorduras monoinsaturadas e poliinsaturadas, que são benéficas e auxiliam na redução do colesterol ruim e na prevenção de doenças cardíacas.”
Para se ter uma idéia, um litro de açaí médio (entre a consistência fina e grossa) contém 33 vezes mais antocianina que um litro de vinho tinto francês, compara o professor. A antocianina é uma substância antioxidante que impede a oxidação do colesterol na parede das artérias contribuindo na prevenção de doenças cardiovasculares como o infarto do coração.
O açaí foi incluído entre os dez alimentos mais saudáveis do mundo, conforme recomendação do nutricionista norte-americano Jonny Bowden. ”Em suco ou misturado à comida, como é feito no Norte do País, o açaí é uma das frutas com maior concentração de antioxidantes.” Os brasileiros que não consomem a fruta freqüentemente desperdiçam a benção que a natureza lhes proporcionou.
“Chegou ao Pará, parou; tomou açaí, ficou.” (provérbio paraense).
Lenda
Até que um dia a filha do cacique, chamada Iaçá, deu à luz uma menina que também teve de ser sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades. Ficando vários dias enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua Iaçá ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua filhinha sorridente, ao pé de uma grande palmeira. Lançou-se em direção à filha, abraçando - a. Porém misteriosamente sua filha desapareceu.
Iaçá, inconsolável, chorou muito até morrer. No dia seguinte seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos estavam em direção ao alto da palmeira, que se encontrava carregada de frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos, obtendo um vinho avermelhado que batizou de acaí, em homenagem a sua filha (Iaçá invertido). Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu a ordem de sacrificar as crianças.
Castanha-do-pará
A castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil é a semente da castanheira-do-pará (Bertholletia excelsa) uma árvore da família botânica Lecythidaceae, nativa emergente da Floresta Amazônica.
A castanheira-do-pará é uma grande árvore, chegando a 30-50 metros de altura e 1-2 metros de diâmetro no tronco; está entre as maiores árvores da Amazônia. Há registros de exemplares com mais de 50 m de altura e diâmetro maior que 5 m, no Pará. Pode viver mais de 500 anos, e, de acordo com algumas autoridades frequentemente chega a viver 1.000 ou 1.600 anos.
A castanha-do-pará fornece magnésio, que intervém na atividade cardíaca e muscular e no funcionamento das células nervosas, bem como na formação dos ossos. "Também contém ômega 3, que melhora a concentração, a memória, habilidades motoras, velocidade de reação, neutraliza o stress e previne doenças degenerativas cerebrais. Além disso, o ômega 3 reduz os riscos de doenças do coração". Outra substância encontrada na castanha-do-pará é o selênio, cujas propriedades nutritivas foram descobertas no final da década de 70 e hoje são associadas, com redução no risco de câncer de próstata e ao retardamento do envelhecimento da pele.
A boa notícia é que os brasileiros têm na castanha-do-pará uma fonte rica e barata de selênio. Com apenas uma castanha ao dia um indivíduo adulto consegue suprir a necessidade diária desse nutriente no organismo.
Castanheira do Pará
Castanha do pará
10 passos para uma alimentação saudável
1° Consuma diariamente três porções de leite e derivados e uma porção de
carnes, aves, peixes ou ovos. Retirar a gordura aparente das carnes e a pele
das aves antes da preparação torna esses alimentos mais saudáveis!
2º Inclua diariamente seis porções do grupo de cereais (arroz, milho,
trigo, pães e massas), tubérculos como as batatas e raízes como
a mandioca/macaxeira/aipim nas refeições. Dê preferência aos
grãos integrais e aos alimentos na sua forma mais natural.
Nas refeições principais, preencha metade do prato com esses alimentos.
Se utilizar biscoitos para os lanches, leia os rótulos: escolha os tipos e as
marcas com menores quantidades de gordura total, gordura saturada,gordura trans e sódio.
3º Coma diariamente pelo menos três porções de legumes
e verduras como parte das refeições e três porções ou
mais de frutas nas sobremesas e lanches.
4º Coma feijão com arroz todos os dias ou, pelo menos, cinco
vezes por semana. Esse prato brasileiro é uma combinação
completa de proteínas e bom para a saúde.
5° Consuma no máximo uma porção do grupo dos açúcares e doces por dia.
Valorize o sabor natural dos alimentos e das bebidas evitando ou reduzindo
o açúcar adicionado a eles.
6º Consuma, no máximo, uma porção por dia de óleos vegetais, azeite, manteiga
ou margarina. Fique atento aos rótulos dos alimentos e escolha aqueles
com menores quantidades de gorduras trans.
7º Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos
doces e recheados, sobremesas doces e outras guloseimas
como regra da alimentação.
8º Diminua a quantidade de sal na comida e retire o saleiro
da mesa. Evite consumir alimentos industrializados com
muito sal (sódio) como hambúrguer, charque, salsicha.
9º Beba pelo menos dois litros (seis a oito copos) de água
por dia. Dê preferência ao consumo de água nos
intervalos das refeições.
10º Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de
atividade física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo.
Mantenha o peso dentro de limites saudáveis.
